Relato de Versão Cefálica Externa
- Equipe SobreParto
- 23 de jul. de 2017
- 2 min de leitura

Para complementar o que falamos sobre versão cefálica externa, veja o relato de Taynan sobre sua experiência com VCE:
"Eu e minha irmã fomos bebês pélvicos. Por ironia do destino ou não, quando minha bebê estava com mais 30 semanas, ela estava bonita e bela sentadinha também. Para nós que estávamos decididos e planejados em ter um parto domiciliar, a notícia veio como um balde de água fria, pois além de não termos o parto em casa, sem plano de saúde teríamos que bancar o custo de um hospital privado se ela não virasse.
Resolvemos esperar, depois fizemos sessões de acupuntura e osteopatia na tentativa de ajudá-la. Mas sem sucesso no nosso caso, nossa obstetra Marilena Pereira nos informou a opção da VCE. Teríamos que tomar uma decisão muito grande e em pouco tempo, pois nosso prazo eram as 37 semanas. Foram dias muito difíceis pra mim, com toda certeza o momento mais intranquilo da gravidez, eu não conseguia pensar em outra coisa que não fosse essa decisão. O medo daquela mínima possibilidade de ter uma complicação e acontecer uma cesariana acabava comigo, mas ao mesmo tempo imaginar que poderia dar certo enchia meu coração de esperança.
E decidimos então fazer a versão, o que com certeza foi pautado na segurança que tínhamos na equipe de profissionais que nos acompanhavam. No dia da versão me sentia ao mesmo tempo confiante e muito ansiosa para que desse certo e fossemos logo pra casa respirar aliviados. Foi tenso, senti o incômodo da força no meu ventre pra fazê-la virar, via o esforço físico realizado pela equipe e ao mesmo tempo a nossa energia canalizada para que tivéssemos sucesso. Depois de algumas tentativas, nossa bebê estava finalmente com a cabeça para baixo e todos pudemos sorrir mais felizes!!!
Preciso admitir que depois da versão passei umas duas semanas meio neurótica achando que ela tinha virado de novo, mas não, ela permaneceu cefálica até a semana 42+1 quando decidiu nascer. Eu faria tudo novamente! A certeza de ter tentado, mesmo que não tivéssemos conseguido é um sentimento que traz muita leveza. Sempre que posso, falo sobre o assunto e aconselho outras mamães que passam pelo mesmo, pois sei da importância da manobra e sei ainda a dificuldade em achar profissionais e instituições que façam esse tipo de intervenção.
São muitas as lições que eu tiro desse momento, a primeira é que uma equipe de confiança e competência faz toda a diferença, e a segunda é que realmente não conseguimos controlar tudo, gestação e parto são coisas que naturalmente vêm acompanhadas de imprevisibilidades… afinal, falamos de vida!"
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